Gestão estratégica na prática

Toda empresa tem um mínimo de planejamento.

E, em geral, o início do ano é o período em que as estratégias das empresas são revistas, os cenários externos são avaliados, as metas anuais e de longo prazo são estabelecidas, e também são definidas as ações e os projetos que serão executados.

No plano das ideias, é tudo muito bonito e muito bem escrito.

E aí que mora o perigo: como conseguir retirar do papel e daqueles slides sensacionais a estratégia traçada pela empresa? Como por em prática os planos definidos?

Em pesquisa realizada com mais de 400 gerentes e diretores de grandes instituições, evidenciou-se que em torno de 97% deles possui certo nível de preocupação com relação à execução das estratégias. Esse é um resultado extremamente alarmante. Principalmente ao considerar que investimentos em capital humano e em serviços é consequência da efetiva concretização dos planos.

Na realidade, mais de 51% das empresas estão desorientadas quanto teoria e prática. As estimativas são que somente 7% dos líderes estão preparados tanto no campo estratégico quanto em execução.

Dito isto, como devemos lidar com esse cenário? Como garantir que o planejamento sairá do papel?

Em primeiro lugar, é essencial a participação direta da liderança. Leia-se toda a liderança. E isso começa com o dono da empresa se estendendo até os supervisores de área. É necessário comprometimento e, principalmente, endossar  que é factível bater as metas e concretizar os planos. A partir do momento que o líder veste a camisa e realmente corre atrás do resultado, a equipe também se empenha.

Na pesquisa citada anteriormente, 45% dos líderes alegam que não estão focados na execução das estratégias. E isso é deveras preocupante.

Isto porque é importante também que o líder esteja acompanhado dos melhores funcionários, ou seja, que sua equipe seja tecnicamente capacitada para as atividades. Para isso, o processo de recrutamento e seleção de pessoas precisa ser extremamente assertivo, resultando na qualidade do time. O líder deve estar confiante e seguro de que seu time é plenamente capaz de contornar os problemas e alcançar as metas.

Ainda segundo a pesquisa, aproximadamente 24% dos líderes indicam que uma das grandes preocupações é destrinchar a estratégia em ações tangíveis. Exemplo são aquelas fatídicas frases de visão e missão, as quais quase ninguém entende ou se importa…

Nesse ponto, toda o time precisa ser capaz de relacionar as suas rotinas de trabalho com o plano da empresa. É necessário desdobrar aquelas frases vagas em atividades concretas para todo mundo. Nesse aspecto, ações de comunicação são essenciais para unir a equipe.

Uma outra grande dificuldade em efetivamente colocar em prática a estratégia definida é a ausência de disciplina gerencial. Caso os gerentes não tenham o compromisso de, mensalmente, analisar os resultados dos indicadores e acompanhar os planos de ação, é quase impossível ter uma visão holística da evolução da empresa.

A constante atualização do PDCA é necessária, em prol da solução de problemas e do avanço em direção às metas definidas pela estratégia. Liderança comprometida, disciplina em gestão e time capacitado são os principais fatores que auxiliam na realização dos planos da sua empresa.